Homenagem a São Paulo – parte 2
Continuando a nossa comemoração pela Semana de São Paulo, trazemos mais alguns dos vários pontos turísticos icônicos da nossa cidade.
AVENIDA PAULISTA
A Avenida Paulista é um dos logradouros mais importantes do município de São Paulo e é considerada um dos principais centros financeiros da cidade, como também um centro cultural e de entretenimento.
Mas não foi sempre assim; a Avenida Paulista foi inaugurada em 1891 como uma elegante avenida residencial – como se manteve até meados da década de 1950. Ao contrário de várias vias históricas da cidade, que cresceram naturalmente com o trânsito de pessoas, a larga e plana Avenida Paulista foi planejada. Seu planejamento se deu principalmente pelo engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima. Em 1891, São Paulo era uma cidade em expansão e o projeto da Paulista nasceu da necessidade de expandir a cidade para além da região central (Praça da República, Campos Elísios, região do Triângulo), já totalmente ocupada e super valorizada.
Desde então, a Paulista se tornou uma das avenidas mais importantes de São Paulo, sendo a primeira via a receber asfalto, em 1909. Ela está sempre em transformação e, atualmente, abriga desde a sede da Presidência em São Paulo a espaços culturais, faculdades, hospitais, e restaurantes da comunidade japonesa escondidos em galerias, passando até por uma igreja católica que celebra missas em inglês para estrangeiros.
O considerado coração e alma de São Paulo reforçou sua vocação para polo cultural a partir dos anos 1990, com a ascensão da Avenida Berrini como centro financeiro. A abertura do Centro Cultural FIESP (projetado por Paulo Mendes da Rocha), do Sesc Avenida Paulista, do Itaú Cultural, do cinema Reserva Cultural e, mais recentemente, da Japan House e do Instituto Moreira Salles, são os exemplos mais notáveis dessa mudança.
COPAN
O Copan, inaugurado em 1966, é um dos mais importantes e emblemáticos edifícios da cidade de São Paulo. Com um projeto diferenciado, é considerado um símbolo da arquitetura moderna brasileira e do desenvolvimento econômico da capital paulista. Ele foi concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo em 1951, para as comemorações do Quarto Centenário da cidade de São Paulo (assim como a Oca). Entretanto, a obra, executada com a ajuda de Carlos Lemes, começou apenas em 1957 devido à falta de investimentos.
O prédio, descrito como tendo “linhas sinuosas e elegantes”, possui a maior estrutura de concreto armado do país, com 115 metros de altura, 32 andares e 120 mil metros quadrados de área construída. O arquiteto Oscar Niemeyer objetivou dissipar os ângulos retos da maioria dos prédios, contando com um formato que se elevasse na paisagem.
Com liberdade formal, leveza e materiais curvilíneos, o Copan inova e deixa de seguir padrões europeus e norte americanos, passando a expressar sua própria cultura com uma arquitetura nunca antes vista no Brasil e no mundo. A projeção de lotes de geometria irregular funciona como uma extensão da rua. Niemeyer sugeriu a dissolução do lote no centro da cidade, buscando o racionalismo e o funcionalismo, com o intuito de integrar o projeto com o entorno e a paisagem.
Na sua gênese, o objetivo do Copan era ser considerado um grande centro urbanístico, assim como o Rockfeller Center, mas, principalmente devido ao enorme potencial para o mercado imobiliário e turístico da época, o edifício teve seu plano original alterado. Hoje, o prédio possui 1.160 apartamentos distribuídos em 6 blocos com 2.038 moradores, mais uma área comercial no térreo com 72 lojas.
EDIFÍCIO MATARAZZO
O Edifício Matarazzo, também conhecido como Palácio do Anhangabaú, é a sede da prefeitura da cidade de São Paulo desde 2004. Por ter pertencido anteriormente ao Banespa, tem, também, o apelido de Banespinha.
Localizado no Vale do Anhangabaú, o edifício é um dos cartões-postais da cidade e sede administrativa da Prefeitura Municipal. O prédio foi projetado por Severo e Vilares, com revisão do arquiteto italiano Marcello Piacentini, e aberto no final da década de 1930. O projeto possui um estilo neoclássico, apresentando características como a grandiosidade e a imponência, bastante utilizadas na Itália, além de remeter à simbologia da época do Império Romano.
O edifício, que serviu como sede das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo desde sua inauguração até 1974, tem 14 andares e 27.800 m² de área construída. No hall de entrada, as paredes são revestidas em mármore travertino, dando uma aparência luxuosa ao local. Eventualmente, há exposições de obras de arte neste espaço.
Além disso, possui um jardim no terraço com mais de 400 espécies vegetais e um pequeno lago com carpas, o que deixa o visual um tanto quanto diferenciado. E, para os amantes de arquitetura, é possível conhecer o interior do edifício e o jardim suspenso com visitas guiadas.
LARGO SÃO FRANCISCO
O Largo de São Francisco acolhe alguns marcos importantes da história paulistana e é considerado um dos principais conjuntos de arquitetura barroca da cidade de São Paulo. É também conhecido como o “marco zero” da Avenida Brigadeiro Luís Antônio, uma das mais movimentadas da região, possuindo grande variedade de comércio e instituições de ensino.
Neste logradouro, estão localizadas a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FDUSP) e a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), além da Igreja São Francisco (Igreja de Ordem Primeira) e a Igreja da Ordem Terceira da Penitência.
Em 1640 o Convento de São Francisco foi instalado no local, dando início ao Largo de São Francisco. A região ficou, então, conhecida por abrigar o grupo mais antigo e importante de construções da arquitetura religiosa de São Paulo.
A partir do ano de 1800, a área em frente ao convento foi apelidada de Largo do Capim, devido à grande quantidade de grama no território. Vinte e oito anos depois, a Faculdade de Direito de São Paulo – primeira Faculdade de Direito do país – ocupou as instalações do convento e o terreno passou a ser chamado de Largo do Curso Jurídico, apresentando uma arquitetura de estilo neocolonial projetada pelo arquiteto português Ricardo Severo. E, com a chegada do século XIX, o local recebe o nome como é conhecido atualmente: Largo de São Francisco.
Uma curiosidade é que, no dia de Santo Antônio, treze de junho, os franciscanos organizam a distribuição de cem mil pães para moradores de rua e pessoas que vivem em condições de miséria no Largo de São Francisco, mantendo a tradição da congregação.